top of page

PF apura como empresária acusada de golpes vendia moeda estrangeira

  • Foto do escritor: Thiago Rocha
    Thiago Rocha
  • 9 de mar. de 2017
  • 4 min de leitura

A empresária Patrícia Rodrigues de Morais, de 34 anos, acusada de aplicar golpes em clientes na venda de pacotes de viagens, também é investigada pela Polícia Federal. A corporação apura como ela vendia moeda estrangeira sem autorização do Banco Central. Inclusive, segundo ela, foi o problema em transações cambiais que a levou a "quebrar" financeiramente e a não efetivar alguns compromissos financeiros.

Clientes relatam que ela não cumpriu com os contratos assinados na agência de viagens dela, a Personal Turismo, sediada em Goiânia. Com os golpes, a Polícia Civil estima que Patrícia gerou um prejuízo de R$ 1 milhão às vítimas. Porém, a empresária diz que já pagou R$ 500 mil que devia a clientes e que ainda precisa quitar R$ 300 mil.

Patrícia responde em liberdade a seis processos judiciais, sendo dois por crime de estelionato e quatro ações de cobrança e execução. Ela afirma que está trabalhando para quitar os débitos.

Formada em administração e turismo, ela conta que seus negócios iam bem até março de 2015, quando começou a não conseguir arcar com seus compromissos devido a questões relacionadas à venda de moeda estrangeira, atividade que intermediava em sua empresa. A empresária fechou a agência no mês de janeiro de 2017.

"Houve uma alta no câmbio. O dólar estava a R$ 3, por exemplo, e no outro dia subiu para R$ 3,20. Como já tinha feito o contrato para comprar a moeda, pagava a diferença. Pensei que a situação voltaria ao normal, mas não voltou. Eu quebrei. Estou tentando pagar e vou fazer isso trabalhando, não tem outra forma. Nunca fugi de situação nenhuma, enfrento o problema de frente", disse ao G1 e à TV Anhanguera.

Ela afirma que, atualmente, ainda tem débitos com "5 ou 6" pessoas e que já pagou, desde que teve o rombo, cerca de R$ 500 mil em dívidas. O valor, segundo ela, refere-se a um grupo de aproximadamente 30 clientes com os quais fez acordos extrajudiciais.

Imagem arranhada Patrícia diz que todos os problemas são relacionados à situação envolvendo sua atividade cambial. A empresária afirma que nunca deixou de "embarcar" nenhum cliente e que sempre "prezou pelo bem estar" deles, além do seu próprio.

Depois de fechar sua agência, ela atualmente segue trabalhando em casa, mas diz que o fato do episódio vir à tona atrapalhou sua atuação. "Isso tudo da forma como ocorreu atinge sua imagem. O que mais dói é ver quanto eu lutei e trabalhei e ver tudo isso acontecer. Não tenho como resolver tudo da noite para o dia", afirmou, quase chorando.

Com os custos dos acordos que fez, Patrícia disse que mudou seu estilo de vida. As viagens glamurosas para grandes eventos na Europa ficaram no passado. Ela contou ainda que vendeu um apartamento e um carro para tentar equilibrar as finanças.

Apesar disso, ela segue morando em um apartamento de luxo no Setor Jardim Goiás, um dos mais nobres de Goiânia. Sobre acusações de que, mesmo endividada, segue ostentando, ela se defende. "Ostentando? Como vou ostentar algo que não vivo. Moro de aluguel e divido o apartamento com minha mãe. Não tenho nem carro. O padrão mudou muito. O tempo que tenho estou com minha família ou trabalhando", conta.

Investigações

O delegado Webert Leonardo, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), diz que desde 2015 foram registradas oito ocorrências denunciando golpes da empresária. No entanto, ele acredita que mais clientes foram lesados.

“Mesmo após esses golpes serem comprovados pela Polícia Civil, ela continuou fazendo acordos com essas vítimas, inclusive no curso dos processos judicial, penal e cíveis, não cumpre nenhum desses acordos e isso é muito sério, isso é muito grave. Motivo pelo qual nós conclamamos que essas vítimas que não apareceram aqui na delegacia do consumidor, que venham”, destacou o delegado.

Uma das vítimas é o médico Frederico Correia da Costa, que mora no Tocantins e transferiu R$ 134 mil para a empresária em 2015. Ele queria trocar o dinheiro para comprar um equipamento no exterior, mas ficou no prejuízo. “Ela disse que me estornaria o dinheiro, fez um documento que no prazo de uma semana o dinheiro seria estornado para a minha conta, mas até hoje nada”, denuncia.

Os advogados José de Morais Neto e Arcênio Pires Silveira representam outros clientes que foram lesados. Eles contam que, mesmo com as ações em andamento no Poder Judiciário, algumas desde 2014, nenhuma das vítimas foi ressarcida até o momento.

“Mesmo ela tendo sido condenada ao pagamento de R$ 40 mil, ela fez o acordo e não cumpriu o pagamento. Desta forma executamos e pedimos a penhora de bens, mas encontramos a empresa de portas fechadas e todos os bens dela desapareceram, sem nenhuma informação”, afirma Neto

Já Silveira diz que representa dois médicos que foram vítimas. “Eles tiveram prejuízos que hoje, somados, giram em torno de US$ 24 mil, ou seja, no câmbio atual, cerca de R$ 75 mil. Nós entramos com ações cíveis e ela até compareceu a uma audiência. Aí fez um acordo, parcelado, e até hoje não cumpriu com o parcelamento”, relata.

A Polícia Civil pediu em duas ocasiões a prisão preventiva da empresária, sendo a primeira vez em setembro de 2015 e a segunda, em outubro de 2017. A Justiça não acatou a solicitação, mas determinou que Patrícia entregasse o passaporte para que não saísse do país e encerrasse as atividades de câmbio.

A decisão judicial também ordenou que a empresária usasse tornozeleira eletrônica. No entanto, ela recorreu e nunca usou o equipamento.

Fonte: G1


Comments


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page